O começo da história do Museu do Papel Moeda, formalmente, data de 1981, quando em ata do Conselho de Administração da Fundação António Cupertino de Miranda ficou lavrado que, por decisão unânime, foi aprovada a sugestão do administrador Dr. Alberto Correia de Almeida de criar, para a Fundação, uma coleção de papel fiduciário.
Na base desta sugestão estava a ideia de que cada instituição cultural, para além de ter a sua identidade, deverá ter ser sempre um núcleo diferenciador.
O interesse pelo tema do papel fiduciário ainda não tinha despertado, por assim dizer, em Portugal, embora no estrangeiro, especialmente nos Estados Unidos da América e em Inglaterra, fosse já alvo de grande atenção. A título de exemplo cite-se a Amon Collection, cuja parte respeitante aos Estados Unidos da América viria a ser comprada pelo governo americano que nela reconheceu o testemunho de património nacional. A existência de mercado em Inglaterra fazia com que a famosa leiloeira Chrisitie’s realizasse alguns leilões. Estávamos nos anos setenta do século XX.
Em Portugal não se vislumbrava grande interesse, quer por parte dos coleccionadores privados quer por parte do Banco Central Emissor. |
Pareceu assim que a proposta do nosso administrador tinha foros de inovação e poderia ser o núcleo que distinguisse a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda no panorama das Fundações e Museus em Portugal e na Europa. Isto já para não falar do que representaria a nível de preservação e conservação do papel fiduciário como símbolo de património e identidade do nosso País.
A Fundação vivia tempos conturbados, impunha-se a sua reestruturação financeira que tinha sido seriamente abalada pela Revolução de 1974 e pela consequente nacionalização da Banca.
Às poucas e iniciais reticências que foram formuladas pelo Conselho de Administração, seriamente preocupado com a inevitável necessidade de reconstruir uma base financeira sólida e uma sede condigna, o Dr. Alberto Correia de Almeida respondeu com a inabalável convicção de que tão importante era a reestruturação financeira como a decisão de começar a ser delineada uma estratégia que distinguisse a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda. Assim se fez. |
A partir de então, e com verdadeira persistência, alimentada por uma busca contínua em Portugal e no estrangeiro, foi possível ao Dr. Alberto Correia de Almeida reunir um assinalável e inigualável espólio. |
O Museu do Papel Moeda iniciou a sua construção física em 1994 e foi inaugurado em 20 de Janeiro de 1996 pelo Exmo. Sr. Dr. Mário Soares, então Presidente da República Portuguesa.
Para trás, fica uma longa história de pesquisa, busca, amor e de persistência que, até hoje, continua a reunir, sem cessar, o melhor documento fiduciário que aparece, em melhor estado, melhorando, sempre e sempre, as colecções que estão expostas. De 1996 até agora o Museu evoluiu muito: em termos de aquisições (que continuam a ser feitas no mercado português e no estrangeiro, especialmente na Europa) e também na sua comunicação com os públicos. |
Em 2003, o Museu inaugurou uma nova sala de exposição permanente, onde se aborda, através de uma notável colecção de miniaturas de automóveis, a relação entre o dinheiro e os transportes.
Na lista de prioridades do Museu está a sua actividade como agente de mudança educacional e social. O Museu afirma-se, sobretudo por ter sabido pôr as suas colecções ao serviço da comunidade, criando um Serviço de Educação que integra uma equipa de profissionais qualificados, para quem a educação e a comunicação com todos os públicos é uma preocupação e prática diárias. Sabe que tem potencial e a responsabilidade de intervir socialmente a vários níveis, preocupando-se em programar regularmente para todos os públicos: escolas, famílias, seniores e pessoas com necessidades especiais. |
O Museu do Papel Moeda tem a preocupação de estar aberto a toda a comunidade, de procurar parcerias com entidades publicas e privadas, de dirigir a programação de acordo com as expectativas dos públicos que acolhe e de procurar conhecer melhor novos públicos, tendo elegido como áreas de intervenção estratégica a área educacional e a área social.